sexta-feira, abril 30, 2010

terça-feira, abril 20, 2010

Minha mãe adorada - Geisa Souza Costa


Eclipse II
Nesta alcova tão tristonha
Não aguardo mais chegada.
Fui alegre, fui risonha
Hoje vivo amargurada...
O lençol nem se espreguiça
Pois a taça está vazia.
A lua não mais cobiça
Não olha mais na vidraça.
As estrelas desoladas
Já não fazem mais espanto.
As nuvens aglomeradas
Retiram da lua seu manto.
Por que acabou o mistério?
- disse a lua.
Não existe mais amor?
O meu encontro com o sol
Continua com calor.
Quem gosta sinceramente
Nada abala o alicerce.
Pensem nisso seriamente
Quem ama nunca esquece.
Geisa Souza Costa - 14/04/1985
(minha mãe)
Eclipse I
Nesta alcova sonolenta
Aguardo a sua chegada.
A noite fica mais lenta
Quando estou com minha amada.
O lençol se espreguiça
Pois bebena mesma taça.
A lua que tudo cobiça
Espia pela vidraça.
As estrelas enciumadas
Querendo fazer espanto.
As nuvens envergonhadas
Escondem a lua num manto.
Para que tanto mistério?
- disse a lua.
Por acaso nunca amaram?
Do meu encontro com o sol
De eclipse apelidaram.
Geisa Souza Costa - 1961
(minha mãe)
TRABALHOS EM DECOUPAGE